Por Daves Souza, CEO da SysMap Solutions.

Em destaque nos últimos meses por conta de sua aplicabilidade, em especial em redes sociais e jogos, o tema metaverso ganhou espaço no imaginário do público em geral. Considerado por muitos como o próximo passo da internet, o conceito em si representa uma evolução sociocultural baseada em tecnologia. O termo surgiu em 1992 no livro de ficção científica Snow Crash, do escritor Neal Stephenson, em que as pessoas usavam avatares digitais para explorar o mundo on-line, seja para jogar, trabalhar ou apenas desenvolver atividades “normais” e inerentes aos seres humanos.

Como o metaverso vai impactar a sociedade e os negócios?

Quase 30 anos depois, essa ideia considerada distópica antes da transformação digital está cada vez mais perto de se tornar realidade. Com o processo de digitalização das empresas e um número cada vez maior de pessoas presentes no ambiente on-line, a tendência é que deixemos de simplesmente usar a internet e nos tornemos parte dela, como jogadores permanentes de uma nova realidade que transcende os conceitos de real e virtual.

O desenvolvimento do conceito de gêmeos digitais, por exemplo, ajuda a explicar como as diferentes formas e aplicações de “metaversos” estão criando raízes em nossa sociedade, ainda que de maneira isolada. Conhecido também pelo nome em inglês, a aplicação de “digital twins” é definida pela réplica idêntica de objetos, sistemas e processos já existentes e que permitem realizar testes de maneira rápida e contínua antes da tomada de uma decisão.

Nesses espaços virtuais, além de jogos e diversões, é possível testar hipóteses, realizar simulações complexas e tirar conclusões baseadas em um ambiente seguro e digital, reduzindo custos e riscos.

O potencial do metaverso nos negócios é gigantesco. Uma estimativa da Ernst & Young (EY) aponta que a proximidade entre realidade física e digital circule cerca de US$48 bilhões até 2026. Grandes empresas como Nike, McDonald’s, entre outras, estão se aventurando em ações isoladas que se aproximam do conceito, ao possibilitarem que os consumidores adquiram produtos e serviços dentro de um ambiente digital e tenham experiências únicas de consumo. 

Ainda que esses exemplos estejam ligados ao entretenimento, já é possível entendermos como a criação de avatares e tokens personalizados vão impactar o desenvolvimento de novas vivências e tendências.

No cenário atual, conseguimos interpretar dados para simular realidades, tomar decisões mais inteligentes e utilizar diferentes tipos de criptomoedas na geração de valor. Mas é preciso mais para que o metaverso aconteça. O avanço do 5G, por exemplo, vai alavancar o potencial de tecnologias fundamentais para a efetivação do metaverso, como a IoT, realidade aumentada e virtual, blockchain e edge computing, apenas para citar algumas. 

Estamos falando de uma infinidade de aparelhos e aplicativos conectados para que as experiências sejam facilmente transitáveis entre os mundos físico e on-line. Consumidores que realizarem uma compra no mundo físico vão esperar receber o mesmo produto, ou serviço, também no mundo digital. Outra aplicabilidade interessante é no setor educacional, onde estudantes poderão ter aulas muito mais interativas e com mais segurança, proporcionando trocas de conhecimento impensáveis há alguns anos.

Como o metaverso vai impactar a sociedade e os negócios?

Parte do que se espera do metaverso já é uma realidade, com experiências e atividades acontecendo unicamente no ambiente virtual. Cabe aos times de estratégia, transformação digital e inovação prepararem suas empresas e negócios para este cenário que, cedo ou tarde, vai impactar a sociedade como um todo. Aqueles que estiverem à frente dessa revolução e se posicionarem como referência nessas tecnologias serão os primeiros a colherem os frutos deste mundo sem fronteiras.

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