Remote First: o trabalho remoto como deve ser.
Por Matheus de Oliveira Barreto, Business Creation Manager da SysMap Solutions.
Estamos iniciando um novo ciclo. Há alguns bons anos já era colocado a prova um novo modelo de relação entre as pessoas e o trabalho, modelo esse que baseava-se em confiança e oferecia liberdade.
O trabalho remoto se fez presente em boa parte do mundo, mas sua cultura ainda é novidade para muitas empresas e profissionais que estão aprendendo “a força” os melhores caminhos e práticas. Em Março de 2020, devido a pandemia do Covid-19, 72% das empresas brasileiras encorajavam o home office ante a 38% em 2019. Pensando nessa jornada, é uma boa ideia entender o aspecto fundamental dessa prática além das ferramentas e dos processos: a cultura.
Uma pesquisa realizada com 609 empresas no Brasil durante a crise do coronavírus (Abril de 2020) mostra que 72% oferecem home office e 54% oferecem jornada flexível, mas dessas 66% não possuem política formal sobre as práticas de home office, mesmo 88% considerando essa novidade como algo positivo.
O Termo Remote First
O termo “Remote First” se refere a uma mentalidade, uma forma de encarar as coisas e sua idéia geral é basear a cultura da empresa – seus valores, comportamentos e noções gerais dos membros daquela organização em um modelo baseado em comunicação, flexibilização, comprometimento e confiança. Essa nova linha de pensamento tem o objetivo de equalizar para todos os profissionais da empresa as flexibilidades e liberdades oferecidas aqueles que atuam remotamente, mesmo para quem estiver presente em um escritório, usando como base a comunicação e o comprometimento. As principais atitudes são:
- Comunicação sempre: se comunicar com seu time, seu gestor e colegas envolvidos em projetos ou iniciativas em comum é uma forma de se manter engajado e alinhado aos objetivos da empresa. Videoconferência com a câmera ligada é o ideal – é importante se ver, focar no assunto em questão, colaborar. Usar os canais adequados e ser mais objetivo nas mensagens de texto e e-mails ajudam na produtividade também. Caso tenha feito uma reunião ou alinhamento mas alguém que deveria não pode participar, combine com alguém ou faça você mesmo um alinhamento com a pessoa.
- Informação compartilhada: definições, andamento de atividades ou projetos, alinhamentos e documentos devem ser compartilhados com quem precisar e estarem acessíveis e atualizados. Mesmo que minha equipe esteja no mesmo espaço, se um dos membros está atuando remotamente, é importante manter os processos e práticas que garantam a melhor produtividade e facilite a vida de todos. Importante também utilizar os canais e ferramentas certos – assuntos de trabalho, nas ferramentas de trabalho. Ajuda a encontrar no futuro, disponibilizar e compartilhar as informações e respeitar os horários e limites individuais. Mensagens no seu WhatsApp podem ser perdidas caso o celular quebre, mas em ferramentas de comunicação da empresa elas estarão salvas.
- Estar presente e pensar em todos: quando for compartilhar uma informação, decisão ou quiser interagir, pense em todos os envolvidos. Utilize canais ou grupos para discutir projetos ou o trabalho de equipes, e use-os para manter o diálogo e estar presente. A prática de “daily meetings”, reuniões diárias curtas com a pauta “fiz, estou fazendo, irei fazer, dificuldades” ajuda muito no alinhamento e na colaboração.
Fazendo esses pontos parte do seu dia a dia, com certeza o trabalho remoto vai se transformar e atingir seu potencial de colaboração, produtividade e qualidade de vida. E para você, o que tem se demonstrado essencial para o trabalho remoto funcionar bem?
Referências: Exame – Coronavírus força empresas a se modernizar e priorizar pessoas.